sexta-feira, 25 de julho de 2008

Trajes do Rancho


Lagareiro
Apresenta-se descalço, de calças arregaçadas até ao joelho e as ceroulas atadas com fitas como se usava para pisar a uva. Traz também uma peça de madeira, que é um prumo, que se usava para medir o centro da roda, no tempo do lagar de vara. Usa uma peça de ferro denominada gadanha, com o intuito de tirar a uva das tinas e do lagar. Tem a forquilha que servia para mexer o curtimento e uma peça redonda, a escudela, utilizada para tirar o vinho que ficava no fundo do cabouco ou das tinas. É o único que vem em cabelo, porque se entrasse no lagar com barrete ou chapéu pagava uma multa de 5l de vinho aos colegas.








Vindimadeira

Traz um cesto à cabeça, em cima de uma sogra ou rodilha, que utilizava para suportar melhor o peso do cesto. Cesto esse que servia para transportar as uvas do local da vinha até à tina que se encontrava em cima de um carro de bois. O traje é mais escuro, porque a vindima é dos trabalhos mais sujos que há no campo.












Moleira

Com o seu traje tradicional branco, para o caso de se estiver sujo de farinha não se notar. Faz-se acompanhar da peneira que servia para ajudar o seu marido na lida, separando impurezas da pura farinha.















Lavadeira

Na época, a sua função era ir à vila buscar as roupas às senhoras para lavar, levando-as numa trouxa à cabeça. Faz-se acompanhar do joelheiro ou lavadouro em madeira, peça que utilizava para se ajoelhar à beira do rio sem magoar os joelhos. Traz também duas saias, uma para o trabalho e a outra para o caminho. Quando está a lavar tem a saia de cima para enrolada, para que quando regressar a casa das senhoras a possa descer e ter sempre a saia de cima limpa e seca.









Abegão

Transporta o aguilhão que utilizava para trabalhar com os bois. Quando regressava da feira depois de os ter vendido, trazia a coleira das campainhas pendurada no aguilhão. Estava também a seu cargo conduzir os carros de bois utilizados em varias lides do campo.







Homens e mulher da eira


O homem faz-se acompanhar do cesto das maçarocas e do mangual, peça que servia para debulhar o milho. O esgravanço, que servia para transportar o carolo e a palha que ficava após a debulha ou a separação de outro cereal para os animais, e a pá que servia para retirar o milho ou outro cereal para o alqueire e limpá-los atirando ao ar.

A mulher traz o crivo que servia para limpar os cereais e a saca de serapilheira. Esta saca era utilizada para pôr na eira para que quem fosse ajudar na debulha do milho não se sentasse directamente no chão.



Pastor
Característico pelo seu cajado e manga do casaco atada com uma guita, onde guardava e transportava o seu farnel. Traz também a cabaça onde levava o vinho para beber com a bucha.






















Leiteira


Salienta-se o xaile, pois é bastante antigo, tendo-nos sido oferecido por quem o utilizou neste serviço. Traz a bilha onde transportava o leite que vendia de porta em porta e as medidas.













Abegão


Transporta na mão uma agulhada que serve para tirar as leivas da charrua. Traz também a lanterna ou lampião que servia para se alumiar nas deslocações para o trabalho, tendo em conta que tinha de sair de casa ainda de noite.

















Ceifeira


Traz a foice, utencilio essencial para a sua lide no campo; o cabaz, onde guardava a sua merenda; o lenço e o chapéu de palha, para se proteger do frio ou do calor. E traz as espigas, fruto do seu trabalho.










Tanoeiro


Usa uma boina, e calça de ganga uma vez que trabalha o ferro. Faz-se acompanhar pelo maço de ferro ou martelo, instrumento que utilizava no seu trabalho para fazer barris, pipas e tinas.





















Os Camponeses

O homem, no tempo em que ainda se roçava o mato nas serras, enrolava uma saca de serapilheira nas pernas para se proteger dos picos e, para quando andava a alqueivar proteger as pernas das leivas. Traz também um barril de água pé, o saquinho da merenda e um copo feito de corno, com a bucha do meio da manhã.

A mulher, transporta um cabaz onde levava o almoço para o marido. No regresso apanhava lenha, fazia um molho e trazia-o para casa à cabeça para cozinhar o jantar.








Filha do caseiro

Usava saia e blusa igual devido ao pai já pertencer a uma classe social ligeiramente mais abastada. E uma bolsa que usava para transportar um lencinho bordado, uma moeda para dar a esmola na missa e um terço para rezar.










Casaleiros abastados


Nele salienta-se o antigo chapéu de cabo de cana que servia para se abrigar da chuva ou do sol, quando ia às feiras ou romarias. Faz-se acompanhar também pela samarra.



Ela traz a condensa que era na época o grande luxo dos casaleiros, traz também uma linda toalha de renda.










Trajes domingueiros


O homem faz-se acompanhar por um pau de marmeleiro para se defender de estranhos e da sua jaqueta para se proteger do frio.

A mulher traz a sua bolsa onde guardava alguns pertences.












As crianças


Nos rapazes, a roupa era passada dos irmãos mais velhos para os mais novos.
Nas raparigas, as bainhas dos aventais eram descidas e eram acrescentadas barras de pano nas saias de modo a acompanhar o seu crescimento.




Rancho Folclórico e Etnográfico



"Os Camponeses" do Varatojo


Somos de uma pequena e antiga aldeia que dá pelo nome de Varatojo, situada na encosta de uma serra, viradinha ao mar.


Torres Vedras é o nosso concelho, somos da região da Estremadura, mais precisamente, da zona saloia. Fundado em 1959 com uma actividade ininterrupta.


Representamos os usos e costumes dos nossos antepassados no fim do séc. XIX início do séc. XX.